Afeto 2º ato – Exposição Inaugural​

Datas: 27 de maio a 31 de agosto 2023

Horários: Ter e Qua – sob agendamento | Qui e Sex – 11h às 19h | Sáb – 10h às 16h

Local: Av Rebouças, 2915 – Pinheiros, São Paulo/SP

Artistas: Alvaro, Barbara Copque, Claudia Lara, Cristina Suzuki, Daniel Ramos, Denis Moreira, Diego Crux, Edu Silva, Jeff, Lourdes Duarte, Lucas Soares, Marcel Diogo, Massuelen Cristina, Moisés Patrício, Rafa Black, Ramo, Renan Teles, Robson Marques, Rodrigo Zaim, Saudade, Thiago Consp, Viny Rodrigues, Wagner_Janaina, Yoko Nishio

Sobre: Para esta exposição coletiva e inaugural da Diáspora Galeria em seu novo espaço, convidamos artistas do elenco representado para ampliarem o conceito de Afeto – que tem sido a linha guia direcionando as ações de abertura da casa – ao propor que cada artista também convidasse um afeto para compartilhar e celebrar esse momento de abertura de horizontes e confraternização entre toda a rede produtiva, parceires e apoiadories, que fazem a Diáspora Galeria ser possível.

Texto Conceito

Qual será o laço que costura relações e possibilita a noção de comunidades? Com essa pergunta em mente, nós – galerista, artistas, público, apoiadories, colecionadories, educadories e equipe  – fomos nos encontrando em uma jornada de sonhos e anseios, dores e alegrias que ao mesmo tempo se faziam individuais quanto coletivas.

 

Para a inauguração desta casa, que é galeria comercial, mas também é espaço de cultura, alguns bebem da ancestralidade dos quilombos e aldeias, e alguns, no linguajar tecno-futurista, preferem chamar de hub. De todo o modo, entre o passado, presente e futuro, o que nos move é um fluxo de presenças e acolhidas genuínas. Garantir espaços seguros, trocas efetivas, vivências assertivas.

 

A exposição coletiva “Afeto” visa celebrar a positividade de uma existência racial que se recusa a ser determinada pelos clichês, estereótipos e discursos rasos. Queremos garantir a autonomia e a liberdade das múltiplas subjetividades que o mercado, o sistema e a história oficial recusam a deixar adentrar em seus espaços de poder.

 

Se bell hooks lança a idéia do amor não apenas como sentimento, mas como ação, não seria então o afeto, justamente, a amálgama capaz de articular grupos sociais e recortes comunitários em prol desse movimento? Não estaríamos implicados a rever sob quais parâmetros temos construído nossas coletividades?

 

Ao propor para nosso time de artistas que expandissem e oferecessem o seu acesso à galeria para outros afetos, convidando artistas de sua rede e se engajando em processos de co-criação, tivemos desafios que talvez outras galerias consolidadas nunca ousariam enfrentar.

 

E não, não tem a ver com gestão humanizada e horizontalizada, com fluxos de trabalho múltiplos ou articulações coletivas. Estas são premissas sobre as quais edificamos nossa existência. O maior desafio é equilibrar sonho e realidade, se dar conta do esgotamento social que nos torna apáticos e incrédulos frente às postulações que pintam novos imaginários sobre a arte e o mercado.

 

Os vínculos que se costuram ao redor da Diáspora, sejam eles profissionais ou pessoais, partem sempre de um estranhamento, um incômodo caloroso que surge daquele elogio inesperado, daquela pessoa desconhecida que traz o conforto de um ombro amigo. Sobre tudo o que fazemos e defendemos, é diária a dúvida – “então é possível mesmo?”

 

Inaugurar um espaço e uma coletiva como essa que lhes apresentamos é como escancarar os maiores medos, e ao mesmo tempo, mostrar nossa faceta mais corajosa. A galeria, cumprindo seu propósito de ser um espaço-seguro, só nos mostra que vulnerabilizar-se dói, mas como também liberta! Que temos a temer, se temos vocês aqui? 

 

Não nos ilude a fama ou a vontade de ser o próximo hype do circuito. Pensar o sucesso da galeria é pensar em aberturas de caminho que reverberem para além do nosso tempo de vida.

 

Não temos tempo para inimizades, estamos ocupades fortalecendo muita gente boa que flui na prática do afeto, da gentileza. Por isso, desejamos viver ao máximo essa exposição inaugural, nos emocionando nos encontros, nos desenvolvendo a partir das dores e aprendizados, com a certeza de que o carinho que nutrimos nesta jornada seja exemplo, fagulha de esperança para que outras pessoas nos conheçam e se surpreendam com o fato de que é, sim, possível. 

 

Portanto, nos diga: esse impossível, para vocês também é possível?

Programação

Ciclo de conversas: Afeto + [DES]manches, com mediação de Charlene Bicalho, ao vivo e online, no canal do Youtube

Fazendo a conexão entre a exposição e o programa [DES]manches que Charlene desenvolve desde 2017, dentro da plataforma Projeto Raiz Forte, a ideia é que os encontros sejam espaço de aprendizagem e pesquisa a partir de diálogos entre a curadora e es artistas da exposição Afeto.

Charlene Bicalho é artista visual, curadora de articulações e pesquisadora, cujo trabalho processual explora relações de poder, presenças afro-diásporicas e memórias.

O programa [DES]manches visa a criação de espaços de aprendizagem não hegemônicos, por meio de diálogos, mentorias coletivas e individuais para/com artistas, articuladores, educadores, gestores de projetos socioculturais e organizações formais e informais.

Programação: toda terça-feira, às 19h, no canal de Youtube da Diáspora Galeria
13/06: Yoko Nishio e Barbara Copque
20/06: Claudia Lara, Lourdes Duarte e Fabiana Sakihara
27/06: Edu Silva e Cristina Suzuki
04/07: Lucas Soares e Massuelen Cristina
11/07: Marcel Diogo e Shima